E o evento começou no auditório Capiba. Enquanto os organizadores discursavam abrindo oficialmente o Prazeres ao vivo de Recife, fiquei olhando fixamente para uma das obras deste grande artista pernambucano, homenageado dando nome ao espaço. Compositor de renome, deixou um legado de frevos-canção imperdíveis, mas ao se aventurar nos desenhos e pinturas, diversos estão expostos ali, nos permite entrar num universo ingênuo e puro. Alguns quase infantis, repletos de doçura e folclore. Momento perene na minha memória.

Saímos dali e o coquetel foi servido em frente, bastava atravessar o charmoso largo onde está situada a Mauricio de Nassau, que hospedou o evento. Fachadas históricas, impecavelmente mantidas, me fizeram viajar no tempo. E ali na casa de Manuel Bandeira, representante destacado da poesia pernambucana, degustamos deliciosos acepipes locais. E está numa placa seu “O último poema” do qual vale destacar:

“Assim eu gostaria que fosse o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas…”

Inebriado com o cenário, imagens, palavras e sabores segui com o grupo de chefs e equipe da revista para o restaurante Ponte Nova e a cozinha intimista e autoral num mix de referências francesas, utilizando ingredientes regionais me trouxe de volta do passado em que estava mergulhado meu imaginário e realizei esta mistura de arquitetura, história e conceitos que podemos desfrutar em Recife.

Reconhecida capital de grande qualidade gastronômica e cheia de riquezas a desfrutar, algumas evidentes ao olhar outras instigantes ao coração. Salve “ Veneza Brasileira”,“Manguetown”,“Mauritsstad”.