Celebrar a vida é uma atitude diária e independe de religião, filosofia ou credo.

Para os católicos, a Páscoa é uma dessas celebrações, cercada de ovinhos,(que representam o renascimento) coelhinhos e crianças enlouquecidas e cheias de energia.

Muito lindo, não? Nem sempre é bem assim.

As reuniões familiares são o mais básico e principal exercício de convívio social que conhecemos. É em casa que começa o aprendizado desse comportamento, que vai ser um grande diferencial na nossa vida. De um simples almoço de domingo à mais sofisticada festa de aniversário, é nessas ocasiões que temos a oportunidade de estar com irmãos, tios, primos, avós, de uma maneira descontraída.

Com alguns cuidados é possível que nos afastemos cada vez mais daquele amargo dito popular: “Família só é bom no porta-retrato”.

Atenção! Descontração não quer dizer pouco caso e desleixo.Pensar que podemos deixar as coisas de qualquer jeito, sem capricho, “afinal é só família, gente de casa” não traduz a realidade, uma vez que o nosso maior prazer deve ser agradar aos nossos mais próximos, começando pelo seu núcleo, marido ou mulher e filhos e estendendo-se aos parentes. Vale a pena tentar.

Uma mesa bem arrumada não depende do requinte dos utensílios, mas do cuidado em combinar as peças, do charme de uma flor colhida do seu jardim, até um arranjo elaboradíssimo executado em uma valiosa peça decorativa.Os pequenos toques podem transformar o dia a dia em ocasiões especiais. E, no vestir, estar à vontade é, apenas, arrumar-se de uma maneira mais despojada, não elimina a vaidade ou o charme.

Vamos então à nossa festa. Reúne-se a família. Conversa gostosa, novidades postas em dia e, de repente, algazarra, corre-corre, gritaria…são as crianças. Gostoso de ver, nem sempre agradável de conviver…Eis uma questão às vezes delicada e aí entra o treinamento, das crianças e dos adultos.

Existe situação mais agradável do que participar de um encontro onde há crianças que sabem se comportar direitinho? Claro que é nessas ocasiões que elas vão ter a oportunidade de mostrar o que aprenderam e para isso nós temos que fazer a nossa parte: destacar COM PACIÊNCIA o que não está correto. Repreender bruscamente em frente dos demais é extremamente desagradável e nada eficaz. A educação é decorrente do cotidiano em nossos lares e isto não pode ser corrigido em um dia de festa.

Uma providência simpática para quem recebe é ter um espaço onde os pequenos possam brincar à vontade ou ter alguns brinquedos para mantê-los ocupados. Não me refiro a deixá-las trancadas num quarto cheio de brinquedos ou no jardim, com as portas de acesso bem cerradas, para que não cheguem nem perto.

Eu fui ensinado a não interromper a conversa dos mais velhos, não querer atrair as atenções escandalosamente e jamais correr desenfreadamente dentro de casa, pois nada mais desagradável que quebrar um objeto que não nos pertence. Tudo isso me foi passado com muito carinho e sempre explicando o porque dos “sim” e “não”, e posso garantir que a proibição na hora certa e uma bronca merecida, não me traumatizaram em nada. Jamais isto aconteceu perante pessoas que me colocariam em situação embaraçosa e este respeito por parte de meus pais reverteu em assimilação e bons modos, que só me ajudam a conquistar mais respeito e carinho dos demais.