Falar em Etiqueta sustentável, é para mim, chover no molhado. E com bueiro entupido.
Não posso conceber que as pessoas devam ser alertadas que lixo não se joga na rua. Escrevi este texto no dia que o Rio de Janeiro foi devastado pelas chuvas e isto aconteceu em diferentes, mas medonhas proporções aqui em Sampa há pouco tempo, em Angra dos Reis no Reveillon. Onde vamos parar?
Quando falamos em acidentes naturais, como o tremendo terremoto do Haiti ou o furioso tsunami ocorrido há alguns anos, sabemos – os que se preocupam com o planeta, me refiro- que ao redor do planeta estes fenômenos de devastação tem ocorrido com freqüência nunca vista. E se afirma com veemência que a Natureza está cobrando, com juros e correção, o que o homem abusou dela. Estou muito aberto a concordar. Mas ao falar em boa educação e respeito pelo próximo, lembro dos escoamentos entupidos, do lixo nas ruas e de outras situações nas quais, se houvesse existido a conscientização popular, em busca do melhor, ou menos pior, para todos, os nossos estragos não teriam sido tão avassaladores.
A ocupação “chamada indevida” pode explicar a queda das construções irregulares em encostas, sopés e inclinações, mas lixo nas ruas, de bairros ditos nobres, inclusive e com freqüência perturbadora, isto não. É pura falta de civilidade, de respeito pela sua comunidade e por quem a divide com você.
A base da etiqueta é, ao meu ver, não causar constrangimento ou desconforto ao próximo e está alicerçada no respeito e na generosidade. O tal respeito que sempre disse que o seu espaço começa onde termina o do próximo e vice-versa, e que não fazemos para o outro o que não gostaríamos que fizessem para nós. A generosidade não pode jamais ser confundida com a caridade do alívio moral, aquela que dá alguns reais ou centavos no farol do cruzamento, na busca do ressarcimento imediato e ineficaz das desigualdades.
Não quero transformar este texto numa reclamação exasperada sobre este destrambelho comportamental dos dias atuais, mas é como tentar fugir de alagamento, ou retirar nossos carros das vias alagadas, simplesmente não dá.
É situação de PT (na linguagem das seguradoras, perda total do bem).
Deixar luzes acesas desnecessariamente, água correndo pelas torneiras em volume desbragado, ainda que seja porquê voltaremos já-já, é muito sério, e esta na lista da falta de educação desmedida que começa por jogar chicletes, papeizinhos e até sofás, pasmem sofás, nas vias e espaços públicos. O mau aproveitamento dos alimentos, o abusar dos produtos em aerosol, tudo isso é castigar o planeta. É como ir ao toalete a céu aberto. É feio, deselegante e sub-humano. Pessoas que se consideram esclarecidas devem ajudar aos demais, dividindo informação. E o primeiro e mais efetivo passo, é ao dar o exemplo.
Me desculpem a irritação, mas acredito na raça humana e suas potencialidades e fico furioso ao constatar como esta força pode ser, e tem sido usada, em sua maioria, de forma negativa.
Conto com todos vocês e comigo, para não ter mais que me referir à postura INSUSTENTÁVEL. Isto não é apenas falta de etiqueta. É burrice mesmo, e não me remeto àqueles animais ditos irracionais de orelhas um pouco mais compridas…